agosto 23, 2009

A Imagem Vertida

In Verto I

In Verto II

In Verto III

agosto 14, 2009

A Caverna do Imaginário

Não há poesia! Só azias nas palavras ácidas, que borbulham como larvas ferventes e petrificam. Mas isso não é poesia, ela deve escorrer feito fel doce e límpido com a coloração adequado aos ouvidos dos olhos leitor. Angustia ruminando as sílabas e o poeta segurando o vômito como equilibrista em corda-bamba; disciplinando o pendulo do imaginário. A sudorese verbal encharca as mãos, e, linhas saem taciturnas, mas a tristeza é só, poeta, tuas mãos fizeram o teu melhor, tua alma não. Mal sentiste o gozo e vomitaste todo prazer.

agosto 13, 2009

Cárcere

Morre o Ninguem

Vi Zé nascer e morrer castigado, pois passará um mal. não soube nem como foi se perde num alpendre que se conhece nem a tumba de ser. Pois o danado na tocaia Fuxicou e rangeu os dentes como cachorro raivoso. Não tardo, até que ele avançou, e com um sopapo na venta do pobre Zé ninguém. Que caiu partido, estropiado, acoitado, mordido, açoitado. Varrido, como terreiro de casa de engenho.
Era ele o lixo fim de entulho ajuntado; por dor que era o que ele mais sabia sentir, naquele momento, mas que ele até gostava de ser coçado com cerqueiro de arame. Desse que eles acumulavam gados e (vazia) agente cuidar, e, ver dá tanta comida pra gado e ver o prato do meu filho pardo, (vazio) que num tem o que comer. Porque é de barriga rangida que caio na água fria ou no soar e ventania; a que venho trabalhar. Pode derramar canivete desse céu pardo de estrela salpicada, que não me acanho.
Podem dizer o que quiserem, mas aquilo do alpendre do Amalio era que coisa combinada, contida entre gente de lá mermo, nunca fui de entrar por essas historias não, mas até que tava me além brando. Que quando tive por susto, um encontro com o coronel felino, ele estava a prosear com mais alguém, mas esse alguém eu não pude ver. Mas ouvi. Ele dizer que o serviço estava marcado era só o coronel dizer que horas que o Zé ninguém ia aparecer lá no alpendre.
Não sei por que eles decidiram no alpendre, talvez quisessem fingir um assalto Mas não levaram nem um vintém, nem um fiapo de fumo. Agora que tipo de serviço que o coronel felino ia ter assim pra dá, e logo com o Zé ninguém envolvido. O que morreu.
Orar pro acoitado ninguém agora todo mundo faz. Mas agüentar os sarrafos que dele fizeram, o mundo todo se faz de mudo, surdo e até cego. Porque o Serfins tava lá na hora que sapupearão o ninguém Zé, e ele se acometeu de uma cegueira triste, que foi uma epidemia por todo alpendre durante os vinte e cinco minutos de surra e uma vida à morte. E a do Zé.
Morre o ninguém, e tudo mundo se coça, caçoa, cuxixa feito rama de levandeira que quando chega fim de feira sai feito um tufão levando do chão o que por lá ficou. Os padres se danaro a amarrar mal - que num sei que Mal é esse que vive só preso, deixa o mal cantar sozinho pra ver se cala. E fica na língua do bom o verbo que fala.

O cão

No meio de tantos confundiu sua escolha, se houvesse escolha é claro. Sempre a mesma opinião calava o palpitar, o coração, do homem que no meio de tantos se confunde. talvez ele fosse aquele outro que cantava bem ou algum que não cantava nada. Mas era ele e não outro, confuso que fosse. Se escolher não podia sonhar também não, e, seu cachorro Robert a meio passo guiava a direção. Lastimava ao cão que nada entendia, certamente, mas era tudo ou nada do que tinha. O cão chorava por ele e ele só o seguia, o cão olhava por ele e ele nem se quer sentia. Talvez já fosse cego por muito não querer ver, talvez tivesse lagrimas, mas nem cansava de esconder. O cão dizia, o homem ia, mesmo sabendo que fingia. Rezava, pois era tudo que o cachorro podia se conselho falhava. E Robert cansado partiu e ele mal sabia. Continuou de cão a cão, seguindo sem sentir que diabo o tinha.