abril 06, 2009

Mendigo de paternidade

Em roda de bar, cutucando a dedos, os copos careados. Pai olhava filho e fingia-se; amargor sentiria se assim não fosse, mas o fingimento tem o dissabor do falho. Olhava pai ao bar, se corroer na discussão de paternidade entre os amigos de modéstia boêmia. Falara ele, ao filho e todos que ouviam. ...E o falho, filho; que não se importasse a cometer, falar, de falho paterno parto... Lastimava o pai, que ria ao bar da lia. Mas que fria; esquivara-se com o frio fingir da dor. Que filho sente. ...Pai por hora contente satisfazendo a carne e sua necessidade de álcool... Só um som gasto nas cordas do violão de pai...
_Acorda pai, as cordas, vai; já vou partir.
Daí ao filho a “concorda”, mesmo talvez vulgar, pai por hora tenha razão. As cordas vão de mão a mão se abanando em burguesia. E o fino som que se bate, ouve-se no ouvido de filho frouxo, e, lhe cutuca com embaraço. Rosando bochecha. Pai boceja e comenta: “pai é melhor que filho na bola, filho nunca duvido. mas filho foi achar de ser melhor que pai em cordas violadas.”
_Viola Pai, A própria lei; que estuda e quer cumprir.
Eis que filho violando cordas violadas, rangidas, pode ser melhor que pai. Entretanto cordas de filho nunca foram do pai. Mendigo da paternidade. Ao filho restava o fingimento, e, o materno acordo, que sempre lhe foram de mãe. Então? Como filho olvidar ser melhor nas cordas de mãe que por tão grande e tanto, acorda o falho; frouxo e friorento filho.